terça-feira, 8 de setembro de 2009

Heavy Fest 2009 - Impressões e Digressões

Sábado, dia 05/09/2009, aconteceu em Conselheiro Lafaiete-MG, na Confraria, o Heavy Fest, em sua 5ª edição. Este evento é organizado por Anderson Sabazinho que, mesmo não tendo a produção de eventos como sua atividade principal, dedica-se anualmente à produção de, pelo menos, um festival voltado para o público Metal.

Os eventos deste apaixonado pelo metal pretendem sempre abranger várias vertentes do estilo, em especial o Thrash, o Death e o Heavy.

No último Heavy Fest, não foi diferente. Seis bandas foram convidadas para participar do evento: Sflexia (Crossover), Sacrament (Heavy e Thrash), Hammurabi (Death Metal), Excaliburn (Melodic Death Metal), Mercuryio (Heavy Metal) e a minha banda: Achilles (Heavy Metal).

O público Metal, como sempre, raivoso na aparência, pacífico e de fácil manejo no procedimento, como o próprio pessoal da casa de shows pôde ressaltar – era a primeira vez que eles alugavam o espaço para um evento da nossa galera e mostraram-se surpresos com o pessoal que, segundo palavras deles, queria apenas curtir o som das bandas, agitar e beber.

Ou seja, nada de confusão e quebra-quebra, como muitas vezes se vê em outros tipos de eventos, para outros tipos de público. Por isso, o pessoal da Confraria mostrou-se, ainda, inclinado e aberto à produção de novos eventos voltados para o nosso público.

Este comentário, para mim, foi um dos pontos altos da noite. Veio corroborar o que venho afirmando há anos: o preconceito atinge em cheio a galera do Metal que se vê estereotipada, encaixada em uma fama que não lhe faz justiça. E para aqueles que, mesmo tomando conhecimento deste tipo de comentário e que, ainda assim, pensa que isto é um fato isolado, convido a ler a reportagem da Veja sobre o assunto, na qual este veículo absolutamente respeitado, afirma que os headbangers apesar das “caras de maus” são pacíficos.

Quanto a mim, mesmo que vá a um evento com o objetivo de tocar, considero de bom tom assistir aos shows apresentados – afinal, o movimento é feito para nós e merece nossa audiência. Desta forma, assisti a todos os shows, exceto o logo anterior ao da minha banda, o Hammurabi – o qual apenas ouvi do camarim - já que usamos esse tempo para reunir instrumentos e aquecer vozes e dedos e nos preparar para defender com honra a bandeira do Heavy Metal.

Uma surpresa extremamente positiva para mim foi o show do Sflexia. Já havia estado presente a algumas apresentações desta banda lafaietense que faz som Crossover e, desta vez, percebi uma evolução grande dos meninos em relação à qualidade do som que se apresentou pesado, bem trabalhado e com letras fortes e altamente críticas. Posso dizer que curti bastante a apresentação deles.

A galera do Thrash e do Death também mandou muito bem, de uma maneira geral. E, é sempre bom destacar, o pessoal tem se preocupado muito em produzir seu próprio som: quase todas as bandas levaram CDs com músicas próprias, os quais puderam vender para a galera presente.

Infelizmente, quando procurei alguns para comprar, uma parte das bandas já havia ido embora com suas respectivas excursões. Quero crer que havia motivos justos para tanto, já que é de bom tom que se assistam aos outros shows e que, especialmente, não se leve embora parte do público, colaborando assim para que as outras bandas também possam fazer apresentações prestigiadas pela galera, com um público em número representativo.

O excelente foi que, apesar de que a Banda Achilles, da qual sou vocalista, ser a quinta da noite – o que significa que começamos a tocar próximo das duas da manhã - tivemos um público envolvido, presente e que nos deixou extremamente satisfeitos. Durante o festival, apresentamos apenas covers. Escolhemos medalhões – músicas já conhecidas e respeitadas, de bandas que colaboraram com a criação do Heavy Metal como o conhecemos hoje. Maiores esclarecimentos sobre a origem deste estilo de som podem ser encontrados no texto “Denim and Leather: sobre a origem do Metal”, aqui mesmo neste blog.

Desta forma, visitamos o trabalho da tríade fundadora do Metal – Deep Purple, Led Zeppelin e Black Sabbath – além de também tocarmos Iron Maiden, AC/DC e Helloween.

Para nós foi realmente emocionante ver a reação do público que bateu cabeça com vontade e interagiu conosco o show inteiro. É sempre interessante para mim, em particular, perceber como músicas que têm 30, 40 anos ainda comovem a galera metal. Como já mencionado em texto anterior, o balançar dos cabelos é uma louvação por parte do banger. Assim, sentimo-nos bastante elogiados ao ver pessoas com camisas de bandas de estilos completamente diferentes do nosso – como Slayer, Krisium, Behemoth, Death – agitando, na primeira fila, com nosso som, no qual reproduzimos, respeitosamente, o som das bandas que curtimos. A camisa que levamos para dar de brinde, por exemplo, foi presenteada para um banger, com a camisa do Slayer, que agitou o show inteiro.

Mais uma vez, é claro, ressalto a qualidade dos músicos que tocam na Achilles, os quais admiro profundamente. São eles: Nilson Lima e Ícaro Honori, guitarristas que primam pela excelência, ambos solistas de qualidade; Mário Henrique, baixista que, apesar do relativamente pouco tempo com o instrumento, tem conseguido desenvolver um estilo próprio e, é claro, Sandinho, de quem eu poderia ser considerada suspeita para falar devido ao nosso casamento de mais de década. Porém, posso dizer que relacionamento amoroso não tem nada a ver com música e que, por ser ele quem é e o que representa para mim, isto o torna ainda mais visado para os meus ouvidos que não se decepcionam ao ouvi-lo tocar.

É claro também, que hoje, considero impossível considerar a banda Achilles como sendo composta por apenas nós cinco. Contamos com o apoio impagável da Bárbara Dutra, namorada do Ícaro que, além de curtir nosso som, está sempre conosco, auxiliando e correndo atrás de absolutamente tudo o que se mostrar necessário. Assim, podemos, em nosso pouco tempo - todos trabalhamos em outras áreas: a música é nosso hobby – nos preocupar exclusivamente em tirar música, fazer música porque ela cuida, com muito boa-vontade, de todo o restante.

Assim, com essa galera de qualidade, levamos nosso som para o Heavy Fest V e, posso afirmar, que não nos decepcionamos. O Sabazinho, amigo de anos, nos deu toda a assistência necessária. O Régis colaborou bastante com o som, que foi bem definido – não adianta nada os guitarristas estarem destrinchando solos complexos se ninguém consegue ouvi-los, ou se os instrumentos embolam.

E o público, bem, este nos causou grande emoção ao cantar conosco jogando seus cabelos, batendo cabeça, pedindo bis e gritando nosso nome no final. Foi absolutamente emocionante. Além disto, é sempre bom destacar o espírito de cooperação que impera neste tipo de eventos: quando o Sandinho teve problemas na bateria, contou com o apoio do Crislei, parte do público presente e também integrante da Hammurabi, que, até mesmo se prontificou a emprestar parte do seu equipamento, se necessário.

No mais, um grande beijo a todos e até o próximo evento, porque tocando ou não, certamente estaremos lá, do começo ao fim, prestigiando o Movimento Metal, do qual, orgulhosamente, fazemos parte.

Aqui, uma pequena amostra dos covers que a Banda Achilles apresentou. Hail Metal!!!

"Back in Black"


"Smoke on the Water"


"The Trooper"

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