segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Copasa, Copasa!


Sempre que me sento para escrever, gosto de fazê-lo depois de um bom banho. É quando começo a relaxar do dia cansativo, refrescando-me – bem, nós brasileiros conhecemos bem a sensação de descanso que um bom banho traz.

Mas, hoje não posso. A Copasa me nega este direito: desde quinta-feira passada, em minha casa e em casas vizinhas, não há água suficiente para o consumo diário: para cozinhar, para beber, para arrumar a cozinha após as refeições – quem dirá para o nosso tão aguardado banho.

Na verdade, a falta de água é um problema que, quando mudamos para o Bela Vista, era constante. Houve um período de melhora, mas de alguns meses para a cá a situação foi piorando, piorando até culminar no desabastecimento que enfrentamos agora, desde o dia 13/09.

Na quinta-feira mesmo registrei reclamação por telefone e fui informada de que havia muitas queixas com relação a esta falta de água no bairro. A Copasa apenas dignou-se a mandar aqui um funcionário no Domingo – terceiro dia de desabastecimento quase total, em que abríamos a torneira com medo de que ela cuspisse a última gota.

E o que os técnicos me informaram? Que o problema é insolúvel – a água não tem potência para chegar ao nosso bairro de maneira completa, especialmente para atingir as casas mais altas. Que não havia nada que eles pudessem fazer.

Agora pergunto: se a Copasa, a concessionária dos serviços de fornecimento de água, nada pode fazer, que posso fazer eu, consumidora? Minha conta está em dia, não há vazamentos em meu lote – minha parte está perfeitamente cumprida. E a deles?

Achei que no Brasil houvesse algo chamado Código de Defesa do Consumidor e que, neste mesmo código, estivesse determinado em seu Art. 22 que “Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, comissionarias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”.

Pergunto-me se existe algum serviço mais essencial do que o fornecimento de água!

Mas, a verdade é, considerando-se o descaso com que a Copasa trata deste caso, a existência de tal Código é algo ilusório, apenas sonhado porque, mesmo tendo registrado reclamação ainda na quinta, outra na sexta a duas novas na segunda, continuo sem água – nem uma gota sequer. A cozinha permanece com as vasilhas do almoço e meu banho, assim como o respeito ao Código de Defesa do Consumidor, permanece no sonho.

E, mais, o que tem me preocupado sobremaneira – há um empreendimento imobiliário sendo construído aqui perto do meu bairro. Vi a propaganda. Muitos prédios vistosos de vários andares. Pergunto-me se aos futuros moradores está sendo informado que se arriscam a morar em área que fica sem água e mais, que a concessionária nada pode fazer para resolver o problema.

Só me resta apelar para o Chapolim Colorado: “Oh, e agora, quem poderá me defender?”

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