Sempre que me sento para
escrever, gosto de fazê-lo depois de um bom banho. É quando começo a relaxar do
dia cansativo, refrescando-me – bem, nós brasileiros conhecemos bem a sensação de
descanso que um bom banho traz.
Mas, hoje não posso. A Copasa me
nega este direito: desde quinta-feira passada, em minha casa e em casas
vizinhas, não há água suficiente para o consumo diário: para cozinhar, para
beber, para arrumar a cozinha após as refeições – quem dirá para o nosso tão
aguardado banho.
Na verdade, a falta de água é um
problema que, quando mudamos para o Bela Vista, era constante. Houve um período
de melhora, mas de alguns meses para a cá a situação foi piorando, piorando até
culminar no desabastecimento que enfrentamos agora, desde o dia 13/09.
Na quinta-feira mesmo registrei
reclamação por telefone e fui informada de que havia muitas queixas com relação
a esta falta de água no bairro. A Copasa apenas dignou-se a mandar aqui um
funcionário no Domingo – terceiro dia de desabastecimento quase total, em que
abríamos a torneira com medo de que ela cuspisse a última gota.
E o que os técnicos me
informaram? Que o problema é insolúvel – a água não tem potência para chegar ao
nosso bairro de maneira completa, especialmente para atingir as casas mais
altas. Que não havia nada que eles pudessem fazer.
Agora pergunto: se a Copasa, a
concessionária dos serviços de fornecimento de água, nada pode fazer, que posso
fazer eu, consumidora? Minha conta está em dia, não há vazamentos em meu lote –
minha parte está perfeitamente cumprida. E a deles?
Achei que no Brasil houvesse algo
chamado Código de Defesa do Consumidor e que, neste mesmo código, estivesse
determinado em seu Art.
22 que “Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, comissionarias
ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”.
Pergunto-me se existe algum
serviço mais essencial do que o fornecimento de água!
Mas, a verdade é, considerando-se
o descaso com que a Copasa trata deste caso, a existência de tal Código é algo
ilusório, apenas sonhado porque, mesmo tendo registrado reclamação ainda na
quinta, outra na sexta a duas novas na segunda, continuo sem água – nem uma
gota sequer. A cozinha permanece com as vasilhas do almoço e meu banho, assim
como o respeito ao Código de Defesa do Consumidor, permanece no sonho.
E, mais, o que tem me preocupado
sobremaneira – há um empreendimento imobiliário sendo construído aqui perto do
meu bairro. Vi a propaganda. Muitos prédios vistosos de vários andares. Pergunto-me
se aos futuros moradores está sendo informado que se arriscam a morar em área
que fica sem água e mais, que a concessionária nada pode fazer para resolver o
problema.
Só me resta apelar para o
Chapolim Colorado: “Oh, e agora, quem poderá me defender?”
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